No Balcão do Quiosque

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Viagem pelo Tempo

Aproveitando que até o Papa já se prepara para a existência de ET's, escrevi minha opinião sobre esse tema, que muito me instiga.

Extraterrestres? Será?

A partir do enunciado da Teoria da Relatividade, com a colaboração da Mecânica Quântica, abriu-se a possibilidade de viagens no tempo. Na prática isso tem-se mostrado inviável devido às tecnologias disponíveis. O grande cientista Stephen Hawking admite, através da teoria dos buracos-de-minhocas, a possibilidade para tal viagem. Contudo, o mesmo Hawking joga uma ducha fria sobre o assunto quando afirma que se houvesse tal viagem, já teríamos encontrado com os homens do futuro. É nesse ponto que minhas dúvidas entram na história.

Observando fósseis dos animais pré-históricos aprendemos a distinguir nossos antepassados, além dos antepassados de tudo que vive na terra. Baleias com pernas e patas, peixes com pernas...até chegarmos no australopitecos. Este tem sido considerado o nosso antepassado mais remoto. Se compararmos nossas características com as dele, levando em conta os três milhões de anos de evolução transcorridos até aqui, poderemos imaginar que daqui a mais três milhões de anos na direção do futuro, as características de nossos descendentes serão bem diferentes das nossas. Com certeza, para nossos descendentes, seremos algo como os tímidos australopitecos são para nós, quando comparados com eles.

...Muito se fala em Deuses Astronautas como sendo seres extraterrestres que aqui estiveram e por algum motivo ensinaram as civilizações do passado a construírem suas grandes obras, pirâmides monumentais e esculturas monolíticas, cuja fabricação nos dias de hoje ainda seriam obras para muitos anos, mesmo com todo o maquinário disponível.

As teorias advindas da mecânica quântica, da relatividade e outras mais, dão conta da possibilidade da viagem através do tempo. Provavelmente a partir do controle do espaço-tempo, não separando o tempo do espaço ou algo parecido com isso, mas o que se sabe com certeza, é o fato de hoje não termos tecnologia disponível para tal...mas...e se um dia tivermos?
 Hawking acredita que se conseguíssemos no futuro, controlar o espaço-tempo a ponto de viajarmos no tempo, já estaríamos encontrando nossos descendentes pelas esquinas. Mas e se nossos descendentes tivessem ido parar num tempo em que  nem esquinas existiam? Um tempo onde pequenos aglomerados humanos, aqui e ali, viviam exclusivamente da tentativa de sobreviver aos elementos da natureza. Mesmo um gênio como Hawking poderia deixar passar despercebida a possibilidade de que nossos descendentes teriam sido responsáveis pela construção daquelas obras fantásticas, nos quatro cantos do mundo, do Egito ao México, da Mesopotâmia ao Peru, da Inglaterra à Ilha de Páscoa.

Outro dia, vendo um vídeo em que cientistas discutiam sobre os alienígenas do passado, notei a quantidade incrível de inconsistências encontradas por eles no que tange aos estudos arqueológicos na área de grandes obras do passado.
A precisão de obras gigantescas, talhadas no granito, sem que houvessem tecnologias, nem ferramental necessários para confeccioná-los. A existência de vigas enormes até para os guindastes de hoje, produzidas em bloco único de pedra, reforçam a possibilidade da utilização de tecnologia avançada para erguê-las e colocá-las onde estão.
Os historiadores preferem acreditar que os operários antigos, munidos de simples martelos e cizéis, bem como cordas vegetais para seu içamento, realizaram aquele trabalho.
 

 Curioso foi perceber que esses dados, simultaneamente reforçam em mim a convicção de que nossos antepassados não teriam condições de construir tais obras sem a ajuda de tecnologias avançadas, mesmo para os dias de hoje, da mesma forma que  seria mais fácil nossos descendentes evoluírem tecnologicamente até chegarem ao ponto de viajarem pelo espaço-tempo de maneira controlada até o passado, do que um extraterrestre vir até aqui para meter-se com obras em pedras.
 Notem que a vinda de extraterrestres para cá só seria possível com o mesmo domínio do espaço-tempo da hipótese anterior. A hipótese da chegada alienígena na Terra praticamente viabiliza a hipótese da viagem no espaço-tempo de nossos descendentes, visto que ambas necessitam do mesmo princípio.

Então fica a pergunta:
Os humanoides descritos por pessoas supostamente abduzidas, com seus corpos similares aos nossos e suas cabeças e olhos grandes, poderiam ser considerados uma evolução de três milhões de anos a partir do homem moderno, assim como os australopitecos evoluíram no mesmo período de tempo até nós?

Agora imaginem, baseados na evolução tecnológica que tivemos na última década, como seremos tecnologicamente daqui a três milhões de anos?

Acredito nos Deuses Astronautas e acredito em vida inteligente extra terrestre, mas para mim esses deuses, esses astronautas, seremos (ou fomos) nós mesmos.

Marcos Santos
25maio2012

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O gosto de ser mineiro

(Capa do Livro)


Crônica considerada hors concours quando da realização do 5º Concurso da Superintendência Regional de Ensino de Pouso Alegre, MG, para a Semana Literária, nos idos de nem me lembro...


Chegamos. 
Estou entre a porteira e o sonho. Cheiro de leite morninho tirado na hora. O orvalho brilha no capinzal e chove torrencialmente no campo. Há neblina no milharal.
Diviso o velho riacho e escuto ainda o eco da criançada gritando, tomando banho. Fecho meus olhos e revejo num flash cenas alegres da infância. Aprendi desde cedo o gosto de ser mineiro.
Ser mineiro é o cheiro delicioso do canteiro de hortênsias, das flores silvestres e da terra molhada após a chuva. É a nostalgia da velha cozinheira cantando e cozinhando no fogão a lenha, enxugando no avental o suor de seu rosto:algo convida pra logo, tem fumaça na chaminé...
Ser mineiro é ter fundo na alma o gosto da terra. É enxergar verdinho, tentando enganar um pouco a saudade, a lembrança dos filhos longe, no estrangeiro...
Ser mineiro é curar umbigos de criança e jogar todos eles na roseira, que é pra dar sorte.
É sentar na varanda todos os dias à mesma hora, no vagaroso tecer dos anos, só pra ouvir o canto majestoso do sabiá.
Ser mineiro é a fala simples do camponês: hoje vai ter "cripe" da lua, as crianças estudadas da cidade segurando o riso, misto de interrogação e respeito!
É ser como São Tomé – não sair acreditando nas "conquistas da ciência", mas preferir ele mesmo testar. 
É ter flores de todas as cores e gostar delas.
O gosto de ser mineiro está nas grandes vaquejadas, nas pescarias à beira do rio, covos armados no verão.
Ser mineiro é afirmar de pés juntos que o Everest não é assim o pico mais alto do mundo, tamanho não é documento...
É acordar nas madrugadas com o mais gostoso despertador, cocoricando nas manhãs fresquinhas de amendoim torrado, socado de noite no pilão. É paçoca com gengibre na panela.
Ser mineiro é o chá de hortelã "pra curar as bichas", e o bicho-de-pé coçando, doendo...
É envelhecer sorrindo, sorriso de poucos dentes, enfrentando assombrações com a bravura de quem sabe a que veio!
Ser mineiro é abençoar a lua clara iluminando a estrada, e o sol escaldante dos dias de verão.
Ser mineiro são as festas do Santo Padroeiro, a Folia de Reis. Acender vela pro santo e depois brigar feio com ele.
É a fé mais inabalável, a crença mais singela, nas rezas de família, misturadas, confundidas com superstições...
É sentir na alma inteira que é sempre tempo de festa e é hora de celebrar.
Ser mineiro é aquela correria: - tarde, compadre; tarde, comadre! Lá evém chuva! E todos correndo para cobrir depressa os grãos de café no terreiro (mais preciosos que as pedras de anel das comadres chiques da cidade...).
É enxergar molhado a plantação arrastada pela enchente de janeiro! Ter fé que no ano que vem não vem aguaceiro igual.
Ser mineiro é vislumbrar por entre as montanhas um pedaço reduzido do paraíso. Deitar e esticar-se na rede, aproveitando a sombra e a fruta das mangueiras, carregadas de pardais.
Enxerguei cedo que ser mineiro é reviver tradições, remexer o passado, e, como dizia minha mãe, não saber "contar um conto sem aumentar um ponto"! É ter a dignidade de um fio de barba. É gostar de ser herói e morrer por uma causa. É jogar limpo. É ser honesto até debaixo d’água e não trair um amigo nem que a vaca tussa...
É a flor do feijão estalando ao sol e a sombra gostosa e amiga nos terreiros de café. É o gado enfileirado, sabendo a hora de voltar.
Ser mineiro é ser simples: é o doce em compota na despensa, provocando mistério. É o bule de café quentinho e a galinha esperando, desconfiando do destino...
Leitão, linguiça, mandioca:pode entrar, que a casa é nossa.
É arrear o cavalo e seguir em frente. É tirar o chapéu ao ouvir o santo nome de Deus, numa harmonia perfeita entre o criador e a sua criatura!
Viola que chora, saudade que punge no peito.
Ser mineiro também é ser modesto: comprar uma parabólica, não entender nada de Internet (ou entender e acessar o computador, mas nunca perder a sintonia com as suas raízes).
Ser mineiro é o bezerrinho ferido retirado do açude. A vaca mugindo, literalmente atolada no brejo. É conhecer que vai chover quando o calo dói e a saracura pia, longe.
Ser mineiro é registrar nosso folclore a cada ano, numa corrida desenfreada contra o tempo. É consertar o patrimônio histórico, pedindo desculpas "apológicas" aos nossos antepassados...
Ser mineiro é ter memória: guardar no museu e no coração toda nossa grandiosa história! 
Orgulho-me de você, meu irmão mineiro, trabalhador das minas, calção por vestido no corpo e lanterna pendurada na rocha. Você, lavrador das campinas, que carrega na alma a eterna sabedoria dos anos. De você, operário das máquinas, chorando o custo de vida.
Saúdo o peão ponteiro, o fiador e o meeiro.
Minas do artesanato e da grande industrialização. Do futebol e dos grandes craques. 
Minas dos grandes sertões e veredas, das corredeiras, das grutas, das lindas chapadas, da mais bela geografia!
Minas de Milton Nascimento e Adélia Prado. Elias José e Edson Arantes, Pelé. Olavo Romano e Drummond. Guimarães Rosa e Otto Lara Resende. Vanderlei Timóteo. Políticos; estadistas; grandes nomes da poesia e da prosa; ilustres; guerreiros; severos; sinceros.
Ser mineiro é, enfim, chuchar a lua com bambu, tirando o chapéu pro Olavo, o Romano, mas mineiro por vocação e berço.

É o glorioso cair da tarde. O sino da igrejinha repicando sinos, embalsamando a dor. É o silêncio da Ave-Maria. 
Do outro lado da porteira redescubro valores. Já não posso dar marcha-a-ré: é hora de pegar o trem da história e celebrar, ainda que tardio, o gosto de liberdade – o gosto de ser mineiro!
Nota: Minas Gerais, na verdade,  não possui um hino oficial. No entanto, várias composições dedicadas ao Estado se tornaram conhecidas ao longo do tempo. Uma delas é o Hino a Minas, com letra de João Lúcio Brandão, e música do padre João Lehmann. A composição era muito ouvida nas escolas, durante as décadas de 1920 e 1930, e fazia parte do hinário (livro de hinos) distribuído nos estabelecimentos de ensino.

Mas, a canção que ganhou maior popularidade, inclusive fora do Estado, foi ´Oh, Minas Gerais´. A letra é uma adaptação feita pelo compositor mineiro José Duduca de Morais, o De Moraes, gravada em 1942. Trata-se de uma tradicional valsa italiana, chamada Viene sul mare, introduzida por companhias líricas e teatrais daquele país que vinham ao Brasil no século XIX e início do século XX. Em 2000, a música foi gravada pelo cantor e compositor Milton Nascimento. Foi ainda gravada por Renato Teixeira e muitos outros cantores.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A TXCLA


     O texto original é antigo e fala em máquina de escrever. O autor é desconhecido e há na WEB versões diferentes, em diferentes idiomas - mas todos os que vi enfatizam o prejuízo que uma só "tecla" defeituosa pode provocar num trabalho em equipe. Bem, fiz uma leitura diferente.

     O mxu txclado txm mais de 100 txclas, x todas funcionam muito bxm, xxcxto uma. Já mx dissxram qux isso torna complxtamxntx inútil todo o txclado, mas como só txnho xssx, vou mx virando do jxito qux posso.
     Txnho notado qux quasx todo mundo txm uma ou outra txcla dxfxituosa no sxu txclado. Mas xm gxral trata-sx dx uma txcla pouco usada, x as pxssoas xscolhxm cuidadosamxntx as palavras qux vão usar nos sxus txxtos, para não xxpor seus dxfxitos.
     Bxm, xu não tivx xssa sortx. Sx quisxrxm lxr mxus txxtos vão txr qux sx acstumar com xstx dxfxito.
     X qux tal um poxma para a txcla dxfxituosa?

Xu sou um txclado autista,
Dxficixntx mxntal;
Ou sou cxgo de uma vista
Ou surdo-mudo total.

Bipolar ou cadxirantx,
Dx algum modo incomplxto
Não mx julgo um gigantx
Mas não sou analfabxto.

Só quxro txr o dirxito,
Sxja mxsmo com dxfxito,
Dx vxrsxjar noitx x dia;

X a minha txcla quxbrada
Sxrá para sxmprx amada
Por quxm gosta dx poxsia.

     Dxdico xstx sonxtinho aos "dxficixntxs" - o qux inclui todo mundo. Pois quxm sx julga pxrfxito, mostra sxr analfabxto dx alma... não sabx lxr nxm a si próprio. 

Nitxrói, janxiro dx 2013
Rodolfo Barcxllos

Nota: Este texto foi inspirado na postagem da amiga Jeanne Geyer (Eu Bipolar Buscando a Paz). Acesse o link abaixo e tenha o prazer de conhecer a Jeanne e a Carly.
http://eubipolarbuscandoapaz.blogspot.com.br/2013/01/basta-de-preconceitos-nos-podemos-muito.html

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Vida é Uma festa!






A VIDA É UMA FESTA!

Estava aqui, sentada ao computador, dedos inertes sobre o teclado, pensando em um tema para uma crônica... pensei em tantas coisas difíceis que temos passado lá em casa, mas olhando este céu azulzinho, um dia lindo... só me veio uma frase à cabeça:

A VIDA É UMA FESTA!

É bem verdade que alguns chegam atrasados, pois perdem tempo cultivando infelicidade; outros, se embebedam e acabam não aproveitando a festa; ainda há aqueles que reclamam da comida, dos drinks, dos outros convidados... há também alguns que deixam a festa mais cedo... mas participam intensamente, enquanto outros, ficam até o final, sentados em um canto, apenas observando... mas mesmo assim,

A VIDA É UMA FESTA!

E o melhor de tudo, é que todos fomos convidados! Podemos contribuir com alguma coisa que torne a festa mais alegre; podemos tocar uma música, dançar, chamar alguém para dançar. Podemos cozinhar alguma coisa, levar algumas cadeiras para que todo mundo possa sentar-se, quando ficar cansado. Podemos convidar mais alguém que, apesar de ter sido convidado, ainda não está participando. Porque

A VIDA É UMA FESTA!

Ficarmos tristes porque alguém não está podendo dançar temporariamente, não vai ajudar em nada! Quando isso acontece, temos que celebrar de outras maneiras. Podemos levar a festa até eles. Mas, pensando bem, acho que todo mundo pode participar desta festa, independentemente de como. Devemos sempre agradecer, pois

A VIDA É UMA FESTA


E ela tem vários salões... e o anfitrião, é Deus. E Ele não fica muito feliz quando os convidados não apreciam sua festa.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

♥ O livro da nossa vida... ♥



Desde pequeninos vamos sendo tentados a pegar papéis e canetas, lápis coloridos e rabiscar...

Nossas garatujas ficam marcadas e ao exibi las aos mais velhos, estes ficam emocionados ao ver nossos talentos e vêem até um potencial ali naquela folha de papel...

Um pouco mais tarde, vamos pegando o lápis e aprendendo a escrever, desenhar formas, pintar...

Já somos então, capazes de escrever na linha certa e até pintar dentro dos contornos demarcados...

Nos são apresentados os limites, as margens...

Depois, vamos chegando a uma fase em que, se pudéssemos, passaríamos looooooonge dos lápis , cadernos e leituras forçadas...

As folhas ficariam limpas...

Assim é em nossa vida.

Desde pequenos, somos levados a preencher páginas em branco do nosso livro da vida.

Elas estão ali, à nossa frente...

Tudo aquilo que fazemos, são como as palavras que uma a uma vão formando as frases e orações.

Tudo vai ficando registrado na página...

Nossas atitudes mais drásticas, erros, correspondem às páginas onde escrevemos sem tanto capricho, sem cuidado ou atenção.

Tentamos sempre escrever "dentro das linhas", mas nem sempre conseguimos.

Nossa mão é firme, decidida, somos fortes e portanto, muitas vezes teimamos em escrever ao nosso modo, não nos importando com o resultado da "página" que ficará registrada.

Não aceitamos ou nos rebelamos contra qualquer "revisão"...

Finalmente, quando estamos com as atitudes bem decididas, sabemos o que queremos, sabemos onde pretendemos chegar, o nosso foco, ali à nossa frente as páginas em branco são preenchidas com vontade .

Vamos escrevendo com pressa, nos damos conta que há muito para "escrever" e pouco "papel", poucas "folhas " nos restam...

Depois, nossa mão já trêmula, muitas vezes consegue apenas fazer rabiscos, como quando éramos iniciantes na vida, quase como as garatujas dos pequeninhos, como num ciclo.

Assim, vamos tentar usar as nossas "páginas" da melhor forma possível para que quando nossas mãos e escritas já estiverem fracas e trêmulas, que pelo menos possamos ler, olhando as folhas anteriores, bons capítulos de um grande livro cuja capa será escolhida pelo Grande Editor!

chica

* Quase entrando em férias, deixo um abração e minha participação no Quiosque!  Inté fevereiro!  abração,chica

sábado, 5 de janeiro de 2013

Pastéis Antigos

Queridos Colaboradores, nesta blogada vou registrar alguns trechos de posts que merecem destaque em todos esses anos de postagem aqui do Quiosque. Fucei e escolhi a meu modo algumas destas jóias que compartilho com vocês e com nossos amigos. Vocês vão ler passagens dos colaboradores antigos, novos e desertores - porque tudo vale a pena quando a alma não é pequena (já dizia Fernando Pessoa). Para quem quiser re(ler) é só clicar no link abaixo de cada trecho. Aproveitem e: BOA LEITURA!
O POETA DOS TIJOLOS

"Meu avô Joaquim esteve aqui. Não como um turista português, em cruzeiro pelo Brasil, mas como pedreiro e construtor de chaminés. Todos já devem ter visto espalhadas por todo o;mundo, chaminés de tijolos maciços, verdadeiras obras de arte, que erguem-se a altitudes de tirar o fôlego..."
(Marcos Santos)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/10/o-poeta-dos-tijolos.html


Do Sublime ao Grotesco em Tetrâmetros e Pentâmetros Anapésticos por Mim Lidos e... Ouvidos

"Anapestos nos versos que faço então vou colocando a meu modo e pra todos os fins lembro aqueles tão lindos, perfeitos, de Poe: “For the moon never beams without bringing me dreams” (1)

Num francês bem do tempo de meu trisavô que aprendi, apesar de não ter quem me ensine lembro aqueles que li no “Dormeur” de Rimbeaud: “Les parfums ne font pas frissoner sa narine” (2)"

  (João Esteves)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2009/06/do-sublime-ao-grotesco-em-tetrametros-e.html


O CEGO

"Havia um reino onde seus habitantes eram todos tecelões. Não conheciam outra atividade. Teciam vestes do linho abundante cultivado nos campos vastos e generosos. Erguia-se o sol e os tecelões já prontos, fiavam mergulhados em serena e profunda concentração. Suas vestes era o que existia de mais importante em suas vidas. Vestir-se era uma arte; e também uma ciência. Tanto que para cada fase da vida era meticulosamente estudado a tecedura com variações de tramas que se alinhavam adequadamente ao corpo de cada habitante

." (Leandro Soriano)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/01/o-cego.html


NAS MADRUGADAS DO TEMPO


"Acordou com o barulho do vento que dançava entre os galhos ressequidos do bosque e, imaginando o frio que deveria estar fazendo lá fora, enrodilhou-se entre os lençóis, numa tentativa inútil de voltar a dormir. Era madrugada e ela sempre tivera um quezinho pelas madrugadas quando, a casa em silêncio e a cidade semiadormecida, davam-lhe a falsa sensação de que a paz reinava sobre o mundo, sobre os homens. Sem conseguir voltar a dormir, saiu da cama e, apanhando o robe que repousava sobre a poltrona, envolvendo-se em seu aconchego, dirigiu-se até a janela."

(Dulce Costa)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/01/nas-madrugadas-do-tempo.html


ANJO OU IMPERADOR

"O presente que um Anjo pode dar é muito mais que o poder de um Imperador. Um Anjo inspira ideias e sonhos e o Imperador compra estes sonhos.A diferença é que as inspirações dos Anjos não morrem jamais e tudo o que compra o Imperador, fatalmente vira pó.Imagine, para minha curiosidade, o que poderia um Imperador comprar para retribuir-me a amizade? Dou-lhe dois dias para pensar." (Joice Worm)

http://vemproquiosque.blogspot.com/b/post-preview?token=0tkvDTwBAAA.pnOnJPydUAyJhvbkx3X0kA.pQwSIRz89tq8m-UJmpZgWQ&postId=463993114478312046&type=POST



11 DE SETEMBRO
"Naquela manhã acordou reflexiva. Fitou o espelho e aventurou - se em uma exploração facial. Descobriu uma fisionomia diferente, um semblante que a motivava a enfrentar o dia de céu azul e ensolarado. Uma aventura especular, leve sorriso nos lábios, ao mesmo tempo em que ganhavam um colorido vermelho carmim. Acor do batom que escolhera caia muito bem com o vestido que usava, onde o decote emoldurava seu belo colo. Embora pensativa, estava radiante diante das novas possibilidades que figuravam no cenário de sua vida. Mudanças rápidas e positivas estavam prestes a ocorrer que a deixavam segura e esperançosa."

(Rosemari)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2009/08/11-de-setembro.html


UM PASSEIO PELAS LETRAS AO LIMITE NORTE DE SÃO PAULO
"Na avenida que deixa o trânsito da cidade para trás e sobe a serra da Cantareira há de tudo um pouco, como acontece em quase toda parte de São Paulo. A Av. Nova Cantareira principia na região alta de Santana onde é o ápice de toda sua urbanidade e a partir daí é alimentada por várias artérias de asfalto. Por esses caminhos ou “provincias colganderas” (recantos de altos e baixos), assim como dizia meu avô espanhol, acostumado às terras planas da Catalunha, há muitas pessoas que se dirigem para a “cidade” (centro de SP) ou em sua direção oposta almejando a serra."
(Madalena Barranco)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2009/07/um-passeio-pelas-letras-ao-limite-norte.html


OLHARES E RIMAS PERIGOSAS
Naquele prédio, de tudo acontecia... Dona Marina, tinha diversão garantida a na janela do prédio à frente, tuuuuuuuudo via!!! Lá podia ver a D.Julieta, que não sabia mais fazer careta.Estava séria, ensimesmada. Uma "porreta"! Seu Pedroca, nunca mais lá da janela lhe acenara. Estava preocupado em brincar de mocinho ...Mas já nem mais sabia o que era uma ....bota! AH! Dona Clarimunda! rs Essa, nunca mais teve a mesma .....alegria! Tinha a Dona Tereca que de longe, ao banhar-se podia dali ver toda a........ meleca que fazia. Tinha seu Pinto que tocava violão, cantando com sua voz bem fininha... Dona Marina que de lá tudo via, apenas sorria... Ah! Que saudades dele ela sentia!
(Chica)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2012/09/olhares-e-rimas-perigosas.html

MEDO

"Meu filho Lucas diz que tem medo do escuro e prefere que deixe as luzes acessas do banheiro, para iluminar um pouco o quarto. Todos temos medo de alguma coisa, mas quando somos crianças confessamos aquilo que nos dá medo.Adultos tem medo e com o tempo o medo é classificado por psicólogos e psiquiatras. Adulto que tem muito medo, precisa se medicar. E essa grande verdade nos faz ter medo de confessar o que nos amedronta. Para todos os tipos de medo, uma terapia, uma solução farmacológica e não acredito que isso funcione.Antigamente tudo era mais simples, pois nem tudo era uma nova forma de doença. O medo faz parte da pessoa. Não falo no medo que te tranca em casa e te afasta do convívio social, mas o puro medo, simples.Eu tenho medo do escuro também, não gosto da escuridão... Algumas vezes perco o ar olhando o nada do escuro.Tenho medo de dirigir." Letícia Losekan
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/01/medo.html

ELA, A GOTA
"...linda e transparente, a nobre e pequena gota reluzia na folha verde da relva. Desde a última estiagem que ela estava assim, sobranceira, cintilante, mas só e infeliz. Tremeluzente, bailava na verde folha ao ritmo suave do vento. Ela, a gota, sabia por natureza que os céus podiam enviar à terra repentina tempestade de milhões de outras gotas, e aí sim, teria de juntar-se a elas, fundir-se, desfazer-se, desmanchar. Transcender generosamente para dar lugar à Grande Gota, infinitamente maior do que ela!!! Bailarina, não se considerava feliz. Faltavam-lhe vigor e energia."

(Maria das Graças Lacerda)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2010/02/ela-gota.html


O PROJETO

Porto Alegre, verão 2010/2011 "Poderia ser em qualquer lugar da cidade, não seria nem mesmo necessário que fosse em Porto Alegre, qualquer cidadezinha de beira de estrada serviria ou, resumindo, que fosse em qualquer canto do mundo. O importante é que fosse só meu. O espaço interno poderia ser qualquer coisa mediana, razoável, cinco por cinco, três por três, tanto faz, por ínfimo que fosse, o tamanho, sinceramente, não me importaria, não me importaria nem um pouco. O importante é que eu coubesse dentro. E a decoração? Bem, decoração seria totalmente dispensável, não que eu não goste de papéis de parede, pinturas abstratas ou figurativas, plantas e bibelôs, é, digamos que de plantas e bibelôs eu, realmente, não goste, mas a questão não é essa, o que quero deixar claro aqui é que pouco me importaria se fossem paredes sem reboco, piso de chão batido e telhado de zinco, não quero saber, a estética do ambiente é a última coisa que me preocupa. O importante é que eu me sentisse bem."
(Léo Santos)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/01/o-projeto.html

RELATIVIDADE

"O tempo escorre lentamente do relógio, em tiquetaques preguiçosos e vadios. É o velho demônio irritante, tirando do saco de minha vida, já meio murcho, uma moeda a cada tique e atirando-a no saco sem fundo da eternidade a cada taque. E ele faz isso sorrindo, sarcástico, para mim. Uma de menos... uma de menos... uma de menos... vai ele desfiando a ladainha dos segundos que se perdem sem resgate. Mas hoje, demônio velho, não cairei nesse truque psicológico barato. Não ligarei a TV, não lerei livros ou jornais, não telefonarei para ninguém. Porque sei que ela, a minha amada, está vindo."
(RR Barcellos)

http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2011/11/relatividade.html

SOBRE O AMOR QUE NUNCA MORRE
"ADORANDO ESSE PAPO DE PASTEL REQUENTADO (ENQUANTO SE PREPARA A MASSA PARA PASTEL NOVINHO)... COPIADO E COLADO LÁ NUMA INQUIETUDE PASSADA, SEM MAQUIAR VÍRGULA QUE SEJA. POR QUE HOJE, E TODOS OS AMANHÃS É DIA DE SE AMAR O AMIGO. AMÉM! A amizade é o amor que nunca morre, quintaneou o Mário para absoluto deleite dos crédulos e sensíveis, pertinazes na arte de imergir nesse sentimento de intensidade ímpar. Sou Amigos Esporte Clube, sim senhor! Amo as suas minúcias e no transcorrer do meu caminho desejo sorver, apenas pelo tempo de uma vida, os seus inúmeros sabores até a última gotícula. Desconheceria a mim mesma tentando usar outro tipo de máscara."

  (Milene Lima)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2012/07/sobre-o-amor-que-nunca-morre.html

CHUVA FININHA NA MANHÃ DE SÁBADO

"É... nunca estamos satisfeitos com nada... reclamamos da seca que se arrastava há meses, da poeira que voava pelo ar, infiltrando-se casa adentro, descansando sobre a mobília e os tapetes... reclamamos das plantas sequinhas no jardim, as folhas começando a enrugar, secar, cair. Da água da mina começando a ser racionada. Sábado: acordo de madrugada, com o abençoado barulhinho de chuva no telhado. Aconchego-me ao meu travesseiro, agradecendo a Deus pela chuva que cai. Fecho os olhos para dormir mais um pouquinho, antes de começar as tarefas do dia. Sim, porque as minhas tarefas não descansam no sábado, e as donas de casa bem o sabem, nem mesmo no sétimo dia!"

(Ana Bailune)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2012/09/chuva-fininha-na-manha-de-sabado.html

O DESAPEGO
"Porque praticar o desapego é tão difícil? E amar e sentir saudades é tão tragicamente fácil? Quando sentimos que nossa existência é real apenas quando estamos sozinhos, ou acreditamos estar dentro de um conto, ou em uma música? E a própria verdade fica escondida atráz de uma cópia exageradamente falsa de nós mesmo. Não aceitamos a verdade dolorida com realidade e calma. Bem que podeira existir ao nosso lado aquelas fadinhas que chegam com sua linda varinha e nos transformam naquilo que mais desejamos, ou nos arranque aquilo que dói, e que os sonhos tornem reais."

(Patty)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2012/10/o-desapego.html


ERA ASSIM!
"Era assim... Quando os seus olhos se encontravam numa dança de conquista, sentiam uma parada na órbita da terra, tudo parecia suspenso, seus corações levitam e quase saiam pelas bocas... Devagar, quase flutuando encostava o corpo dela no dele e podia sentir o calor de ambos tão fogoso e vivo quanto uma labareda... Enxergavam-se além do rosto, dos olhos e chegavam à alma. Ele beijava-lhe a boca como um beija-flor faminto, traçando trilhas molhadas, fazendo percursos inéditos e num rompante deixava que tudo desaguasse no ápice... Os beijos iam além dos lábios, do céu, da flor e da última barreira levantada."

(Marly Bastos)
http://vemproquiosque.blogspot.com.br/2012/10/era-assim.html


É PRECISO FLORIR
A vida me permitia ficar. Era tudo muito simples porque eu podia ver tudo quanto eu quisesse, fosse dia ou noite, e isso fazia de mim expectador universal em longa viagem dentro de algum espiral metálico que cuspisse fogo pelas ventas. Eu esperava ansiosa pelas águas de março e os ventos de setembro redescobrindo a vida e a morte ao meu redor. Justamente porque eu estava em constante movimento e as mudanças eram crayons que me desenhavam no panorama artístico de um pintor imaginário. Talvez ele vivesse no alto da serra, cortando lenha e colhendo aromas de florestas na tentativa de perfumar meu coração altaneiro e fugaz. Lembro-me da estatura varonil dos folículos e pedúnculos raquíticos que nasciam no beiral da estrada, lá pelas bandas da ponte, onde o ar era altamente castigado pelo abraço ofegante dos gases maléficos que invadiam as narinas da atmosfera. De quando em vez eu sonhava com as montanhas que, arrogantes ,gesticulavam rostos no ocaso abrindo as cortinas da lua para então eu repousar e me tornar um gigante imantado no marinho do azul.

(Lu Cavichioli)

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