
A Profecia das Cordas Douradas
(by Lu Cavichioli)
Em noites vazias sou asas na escuridão e ponho-me a ruflar em direção oposta a meu nascimento, acreditando que sou doce ilusão! São tantos pássaros neste pilar etéreo que chego a pensar no Olimpo, onde tantas vezes sentei-me à beira de fontes ouvindo deuses e heróis na mais fantástica odisséia que já se teve notícias.
Ouso então juntar-me a eles na tentativa de algo aprender e alçar meu vôo sempre mais alto. Saber ler, já é de fato, um enorme tesouro, mas não confundam com leitura apenas onde os olhos percorrem as letras, respirando vírgulas e descansando pontos. Ler no sentido de colher interpretações, pescar pontos de interrogação e sorrir com a exclamação.
Ah, são tantas estradas a percorrer que me sinto fatigada e então me sento à beira da fonte e minha sede cresce à medida que “ouço” o tilintar das vozes, o cheiro da magia, o vapor da meditação , vez por outra encolho-me em toda minha ansiedade, descortinando o rosto, meio fio, escondido olho que tudo vê.
Percebo então carruagens habitadas por titãs, deusas , sereias e tritões ampliando a maré. E sem perceber, ouço abraços e aconchegos que chegam de outras dimensões, onde a beleza do olhar realça a liberdade do saber.
Descanso meus músculos de manequim, fecho o guarda-roupas e entro no espelho, onde as ilusões são apenas sonhos escondidos na caixinha de música dos corações.
Vejo na praça principal cordas douradas, que descem anjos e de suas bocas desfilam versos que vão sendo empilhados em serestas. Porventura serão poetas essas criaturas? Não sei, respondam se puderem. Mas uma coisa é certa, quanto mais neblina se fizer em nossa estrada, mais luzes se acenderão no fim do arco-íris, se nosso pote de ouro, colecionar amigos!
Em homenagem a todos que habitam(ou sonham )com o reino encantado da fantasia, onde nossa Excalibur é forjada todos os dias por fiéis cavaleiros da minha e da vossa “Távola Redonda”.
FELIZ 2011 para os Quiosqueiros de plantão!