
Queiram ou não o casamento real está abalando os cordéis do mundo ocidental, envolvendo os próprios interesses conservando as tradições e todos aqueles protocolos (feudais), monótonos e tediosos que a realeza bordou nas páginas da história.
Há séculos que os contos de fadas fazem a diferença entre o mundo real e o fantástico. Quer dizer... Fantástico uma ova! Porque toda pompa, brilhos e paetês ostentam apenas os rótulos de um submundo grotesco e coroado, e sabe-se lá o que preenche os rótulos das garrafas de ouro cravejadas com esmeraldas que desfilam nas carruagens entre plebeus e seu sangue vermelho.
Ah, os títulos! Será mesmo que eles fazem com que gentes tornem-se pessoas e pessoas deixem de serem gentes?
Quem viver verá a união de mais um nobre (pessoa) com uma plebéia (gente). E quem poderá sustentar a credibilidade dessa duplinha jovem e promissora? E até quando a futura princesa irá vestir a roupa da personificação mágica e passear de carruagem até que os ponteiros certeiros a transformem em abóbora (selvagem)?! Que maldade!
Eu sinceramente não tenho nada contra no frigir dos ovos. Só sei que é mais uma história de vida entre duas pessoas que são gente. Onde o sangue é tingido de azul (a contragosto) dos mais velhos, onde os corpos de carne e osso passíveis de escorregadelas, poderão fraturar contratos e protocolos oriundos das gerações empoeiradas de uma realeza sombria e decadente.
Que se casem Willian e Kate!
Que os sinos repiquem na Abadia de Westminster e que Queen Elizabeth aponte o cetro real e que a benção recaia sobre as nobres cabeças inglesas. Porque no mundo verde amarelo nada vai mudar, justamente porque os tupiniquins, lá no fundo de toda sua sensibilidade latina sabem, ou pelo menos tentam contar seus contos de fadas (ou bruxas) já que a rampa da terra brasilis tem lá sua pompa.
Yes, nós temos banana!
By Lu Cavichioli