No Balcão do Quiosque

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ouro de Tolo




A sala estava (por enquanto) em total penumbra. Só as luzes da rua ousavam olhar através do linho (verde-musgo) encorpado presente na janela. E por isso, conferia ao ambiente certo marasmo lúgubre (ousado ou amaldiçoado)? Nem sei...

O jogo de sofá, dormia em um canto , emoldurado pela textura ,cor de avelã . No lado leste da sala, achava-se acanhada, uma mesa de jantar sextavada que era abraçada por cadeiras imóveis.

Um tapete persa, um tanto rugoso olhava uma pequena chama tremeluzente que vinha da janela oposta à luz da rua. Era dourada , abstrata na refração um tanto cínica para uma noite comum. (Mas não era uma noite comum)!

O vento começava seu bailado, e a leveza do voil transparecia uma face (retorcida)?!
Era ouro mesmo? Louca presunção da noite preta.

Sorriso amarelo na janela. Boca recortada, dentes afi(n)ados.
Olhos velados (chamuscados).
Nariz triangular na face marota.
Ela – abóbora
Noite de travessuras!

*texto escrito po ocasião de um exercício literário proposto pelo Empório do Café Literário.

by Lu Cavichioli

sábado, 17 de julho de 2010

A Fadinha



Este fato aconteceu em 2007.
Estávamos os três, eu, minha mulher e meu filho Pedro, nos divertindo na Festa Junina do Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá. Festa tradicional e que todo ano vem sendo executada com grande sucesso.
Já tínhamos experimentado de tudo em termos de delícias. Cocadas de todos os tipos e cores, paçocas de tudo que é jeito, caldo verde, churrasquinho de gato. Enfim, tudo com tudo dentro.

O grande nome do dia seria o da centenária Dercy Gonçalves, que muito simpática e apesar da idade e fragilidade do corpo, aceitou tirar fotos com várias pessoas.
Nós até que gostaríamos de tirar uma foto com a Boa Velhinha, mas não conseguimos chegar perto, pois meu garoto é cadeirante e o terreno do Retiro não ajudava na aproximação.

Foi nesse momento que ela surgiu!

Com um sorriso lindo e um rostinho iluminado, uma “Fadinha” aproximou-se do Pedrinho, fez alguns afagos em seus cabelos, virou-se para mim e disse:
- Tio, posso tirar uma foto com ele? Claro, respondi – Será um prazer!
Imediatamente ela se colocou em posição, segurando na cadeira de rodas, abriu um lindo sorriso e ... click. Capturei a fadinha pra minha família.

É óbvio que, como toda criança, essa já saiu pulando como uma cabritinha assim que escutou o clicar da câmera. Ainda tentei perguntar seu nome mas... ela sumiu no meio do povo.

O engraçado dessa história, é que a fadinha não saiu da nossa imaginação. Ela existe, em corpo e alma. Estava lá! Eu fotografei!

Infelizmente, nesses momentos, as coisas acontecem muito rápido e acabei sabendo pouco sobre ela.
E realmente não sei! Não sei seu nome, onde mora, quem são seus pais, sua idade. Só sei que ela é linda, de alma pura e enorme. Que é uma Fada, uma criaturinha de Deus.

Mas o melhor de tudo, era uma fadinha negra. Linda em toda plenitude de sua raça. Mostrando que a melhor cor do ser humano, é a cor dos braços que nos abraçam, a cor da mão que nos acaricia, a cor da face que nos sorri.

Numa sociedade que tem dificuldade em lidar com os diferentes, encontrar uma criança dessas é uma dádiva, um fato muito raro. Felizmente meu menino costuma atrair essas pessoas para próximo de si e é isso que nos faz acreditar num amanhã melhor e mais fraterno.

Esses Anjos e Fadas estão por aí, eles existem e você pode se tornar um. Basta querer!

Marcos Santos

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ih!

Com meus próprios blogs praticamente relegados ao esquecimento já faz é tempo, nem pareceria normal eu dar por falta de novidades aqui no Quiosque. E não é, mesmo.

Mas, cadê os outros quiosqueiros remanescentes? Só o Marcos tem postado regularmente.

Bem, a gente se vê por aí.