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No Balcão do Quiosque
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Contando um "causo"
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Dilma não nos enganou.
Logo após a posse de seu primeiro mandato, Dilma nos deus sinais. Foram sinais leves, mas foram sinais.
Existe uma lógica na qual as colocações de uma pessoa muito idiota possam parecer geniais devido ao inusitado. Vemos isso no excelente filme Muito Além do Jardim, onde Peter Sellers fez seu último e memorável papel. No filme, o jardineiro Chance se vê as voltas com uma vida fora de seu abrigo e de sua companheira de uma vida inteira, uma pequena televisão. Ao entrar em contato com o mundo exterior, Chance acaba virando uma espécie de guru do empresariado, devido às suas colocações de jardineiro. Não que ele quisesse dar sentido às suas frases dentro do contexto das conversas, mas pelo fato das pessoas buscarem alguma mensagem mais profunda e transcendental ao que o jardineiro dizia. E assim Chance virou um "gênio".
Assim aconteceu com Dilma. Ao aparecer na frente de Lula com um laptop no qual parecia ter de tudo dentro (Livro Vultos da República - Editora Cia das Letras), a atual presidente se habilitou para ocupar cargos no governo Lula.
O restante da história nós já sabemos, mas e quanto aos sinais?
A língua portuguesa é manhosa. Ela deixa rastros de personalidade de quem a pronuncia. A gentileza, a arrogância, a bondade, até a dissimulação em tentar esconder uma personalidade, deixam seus "DNAs" no rastro do pronunciamento das palavras de nossa querida língua.
O primeiro ato de Dilma, como Presidente da República, foi afirmar que seria chamada de "Presidenta" e não de Presidente. No princípio houve um estranhamento de alguns, com discussões com professores linguistas, incluindo o professor Pasquale Cipro Neto.
Numa dessas justificativas, Pasquale afirma que a flexão do "E" em "A" na terminação "NTE", de "agente" por exemplo, pode ocorrer em pouquíssimos casos. Um deles é "PARENTE/ PARENTA"....o outro é justamente "PRESIDENTE/ PRESIDENTA".
Estava lançado o primeiro sinal. Dado ao inusitado da expressão, que na sequência seria confirmada como rara e correta, Dilma confirmou sua condição de "gênio" de personalidade forte, da mulher que se auto-afirma, conhecedora inclusive dos meandros da língua.
O jardineiro Chance estava no comando.
De lá para cá foram infindáveis sinais, até chegarmos onde chegamos.
Marcos Santos.
domingo, 2 de agosto de 2015
Louco Por Você x Loucas Pra Casar.
Down To You (Louco Por Você) x Loucas Pra Casar.
O primeiro é um filme xarope americano.
O segundo é um filme xaropíssimo brasileiro, sempre com a mesmíssima patota de atores.
A diferença entre os produtores de ambos é que o primeiro faz o seu xarope arriscando o seu dinheiro, onde o resultado das bilheterias faz toda a diferença entre sucesso ou fracasso financeiro. Já o xaropeiro brasileiro nada de braçadas nos "incentivos à... kakakaka... snif... incentivos .... ihihihiiii... tá difícil completar sem rir... mas vamos lá, um, dois, três e " incentivos à cultura brasileira "... pronto, consegui. De tal feita que esses filmecos brasileiros sequer esperam um prazo longo para fazer bilheteria nas salas de cinema, já que essa bilheteria já foi antecipada por nós, contribuintes, através de renúncia fiscal.
Agora me responde o seguinte :
Adoro cinema, mas devido a motivos particulares, que podem ir desde falta de grana até problemas de logística, não importa, mas a verdade é que não vou ao cinema a pelo menos 19 anos. Você acha justo eu pagar pela bilheteria desses filmes horrorosos (tipo esse Loucas Pra Casar) que, com certeza, eu não iria se me pagassem e muito menos de vontade própria?
Pois é, mas eu pago... Aliás, você também paga.... Aliás, aquele Museu Histórico Nacional, lindo e que foi a casa de Don Pedro II e que fica na Quinta da Boa Vista, de alguma forma também paga, porque está caindo aos pedaços, com goteiras sobre as múmias de seu acervo ....
Mas tudo bem, a patotinha recebeu sua graninha pra produzir e contracenar um filme de quinta... não da Boa Vista, mas de quinta categoria.
Marcos Santos
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Sacrifício
Com o advento das Igrejas Neo-petencostais, o conforto foi introduzido aos templos, com ambientes climatizados com ar condicionado, ótimo sistema de som, iluminação de qualidade e poltronas confortáveis.
Obviamente que nessas condições a humildade ficou em segundo plano, visto que todos sentem-se como se estivessem num grande teatro, ou num cinema de primeira.
Restou apenas o exercício do sacrifício. Como o sacrifício do templo virou conforto, só resta ao rebanho pagar por isso.
Haja grana.
Marcos Santos
Rio de Janeiro
sábado, 25 de abril de 2015
VOO INSONE
conciliar o sono
nada a fazer, ponho-me
a monologar
Nesse modo insólito
e que me é bem próprio
de no solilóquio
ágil, divagar
Voo de passarinho
pra longe do ninho
curtindo o caminho
livre pelo ar,
Pilho-me sozinho
sinto-me mesquinho
minto-me um tantinho
só, que vai passar!
Pleno adejo, vejo
gente, afã, desejo
um penhasco, um seixo
- vou me estatelar!
Só me lembro o beijo
de cair o queixo
queixo-me mas deixo
isso me levar
Pego uma corrente
Amiga, de ar quente
Rumo indiferente
Pra qualquer lugar
Já fico contente
Ao pensar que, à frente
Vou, possivelmente
A você chegar