No Balcão do Quiosque

sábado, 25 de abril de 2015

VOO INSONE

Não havendo como
conciliar o sono
nada a fazer, ponho-me
a monologar

Nesse modo insólito
e que me é bem próprio
de no solilóquio
ágil, divagar

Voo de passarinho
pra longe do ninho
curtindo o caminho
livre pelo ar,

Pilho-me sozinho
sinto-me mesquinho
minto-me um tantinho
só, que vai passar!

Pleno adejo, vejo
gente, afã, desejo
um penhasco, um seixo
- vou me estatelar!

Só me lembro o beijo
de cair o queixo
queixo-me mas deixo
isso me levar

Pego uma corrente
Amiga, de ar quente
Rumo indiferente
Pra qualquer lugar

Já fico contente
Ao pensar que, à frente
Vou, possivelmente
A você chegar