No Balcão do Quiosque

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Mídia e os Mulambos




Lamento por meus amigos flamenguistas, mas que a torcida do Flamengo é cada vez maior, graças a propaganda maciça e excessiva que a mídia faz e empurra goela abaixo das pessoas, ninguém pode negar. Esta é uma teoria minha que está sempre sendo testada e comprovada. E a coisa é feita de maneira explícita.
Vou citar alguns exemplos:


 Aos sábados, o programa Global "Estrelas" da apresentadora Angélica começa cantando "Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa", da música "País Tropical" de Jorge Ben. Gosto dessa música, gosto do Jorge Ben, mas que essa música foi composta numa época em que o contexto era outro, em que as cifras envolvidos eram bem inferiores às multimilionárias de hoje...isso lá era.
Com essa simpatia irradiante, que criança não quer torcer para o Flamengo?

No domingo de manhã, dia do clássico Flamengo x Vasco, o programa Esporte Espetacular dedicou boa parte de seu tempo para encher a bola do Ronaldinho Gaúcho. Vamos combinar, mas o Tiago Neves carregou o dentuço nas costas durante meses e não houve esse tipo de apelo para ele. Também acho que o Gaúcho esteja jogando bem, mas não é isso tudo que querem vender para nós...mas como há muita grana envolvida nessa estadia dele por aqui, esse comportamento da mídia é compreensível...É deplorável, mas é compreensível.
Até aqui, as criancinhas querem ser tão lindas quanto o Ronaldinho. 


Durante o mesmo jogo Flamengo x Vasco, a torcida Rubro-Negra fez o coro "Uh, Vai morrer!" enquanto o treinador Ricardo Gomes lutava pela vida e era atendido por para-médicos depois de sofrer um derrame cerebral. Nesse momento a mídia, defendendo seus interesses em agigantar a torcida flamenguista, calou-se. Uma notinha aqui, outra acolá, geralmente em blogs, foi o que se pode ler sobre esse comportamento repugnante, marginal. Nesse caso, o Flamengo e sua torcida passaram incólumes, sem sofrem nenhum arranhão em sua imagem de "Sensacionais". Eu morreria de vergonha...aliás, estou morrendo de vergonha só de imaginar que esse tipo de gente está circulando na minha cidade, fazendo pose de bacana. Gente de princípios e moral extremamente duvidosos. 
Esses são os mulambos que eu conheço.
Disso...bem..., disso as criancinhas não ficaram sabendo.


Não acho que o Flamengo tenha algo a haver com esse comportamento, mas que ele, como entidade econômica, se beneficia da super-exposição positiva de sua torcida, não tenho dúvidas. Basta ver que a fatia recebida pelo mesmo Flamengo, pelos direitos de transmissão dos jogos, é bem maior do que de outros clubes do mesmo porte e com investimentos iguais ou maiores do que os dele.


Enfim, este é apenas um registro meu. Uma impressão que tenho dos fatos a minha volta. Gosto de futebol, mas preferia o futebol dos tempos em que qualquer jogo do América trazia mais de 60.000 pessoas ao Maracanã. Do tempo em que a divisão das informações não era feita na proporção das cifras milionárias. E notem que eram tempos de ditadura.


Marcos Santos


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PEDIDO DE AJUDA LITERÁRIA...

A SALA DOS SONHOS DE JOICE WORM precisa de vossa ajuda no facebook. Faltam 3 dias para terminar o Concurso que estou a concorrer. É fácil, amigos:

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VAMOS GANHAR JUNTOS!!

sábado, 20 de agosto de 2011

Cyber Soul

À distância de um braço, de um dedo, ou de um olhar, tão próximo estamos de nossas superficialidades que mal nos damos conta de nosso abarrotado vazio interior. Quanto mais vemos, mais não queremos olhar; quanto mais estendemos nossas mãos, mais não queremos tocar; quanto mais andamos, mais não queremos chegar.

Aonde nos levará tudo isso? À algum lugar lá fora onde a verdade desfila como o modelo mais bem pago por nossa ignorância? Falamos desse incômodo intelectual como se estivéssemos nos referindo à insubstância dos elementos; falamos da alma como se fosse um teclado situado na bancada de nossa obscura razão: sento, logo digito.

Alma não é sensação digital mas por ser delével, toca-nos a consciência.
Meu mais potente processador racional, não processa suas inorgânicas sugestões que tão habilmente tentam inocular o oco dos pensamentos com a vacina do entendimento. Sem perceber, sou o anti-vírus da minha razão estranhamente desconhecida.

A realidade da vida está dentro do virtual. Um chip me programa para ser o aparente. Usuário de mim mesmo.

Bites percorrem meu sangue cibernético. Quanto mais me informo mais me deformo. A verdade é binária. Processo minhas idéias sem fazer idéia de que sou processado. Meu subconsciente está abarrotado de temporários; Preciso urgente de uma formatação. Minha sabedoria é feita de bugs sem margem de conserto.

Palavras ditas ditam o rumo traçado pelo significado. Disparam para além da significação alcançada, um novo significado semente.

Palavras são vasos; significado é o vazio do vaso. O vazio torna útil o vaso. Um vazo pode conter a plenitude de vários significados como se fossem um só. Serão os significados que escolhem as palavras que desejam preencher ou serão as palavras que determinam qual significado melhor preenchem suas medidas? Significados permanecem sem as palavras como vida após a morte?

Palavra é corpo; significado é alma. Quem cria uma palavra é também autor de seu significado?

Sento, logo digito.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sonho

Hoje, me sonhei vivendo
a vida que peço a Deus
dentro da rosa e dos ventos
eu, Sansão sem filisteus

No sonho eu não era mago,
sábio nem imperador
no sonho eu não era nada
do que acordado não sou

Não era, nem possuía
solares, iates, troféus
eu tão somente morria
de amor, entre os braços teus