No Balcão do Quiosque

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Meu comentário sobre a questão Vida após a morte que foi colocada por minha amiga Ana Guimarães.

"um conto de fadas para quem tem medo do escuro"
Stephen Hawking


Um paralelo interessante sobre essa questão encontramos na mitologia como apoio para reflexão sobre a lógica. Como aquela que afirmando que 4 elefantes sustentam o universo, alguém questionou: "mas, onde se encontram os elefantes?" O sustentáculo da racionalidade do homem contemporâneo é cartesiana mas, a passos largos, vem sendo trincada nos seus sedimentos postulados. O que se vê hoje _ e isso de certa forma velado_ é o embate entre evolucionistas e criacionistas. Os primeiros, calcados no Darwinismo, afirmam por A+ B, que a vida surgiu como que randômicamente.

Algo como uma descarga elétrica como fator ígneo, eletrificou um caldo de proteínas as quais foram se agregando e como um "Lego" aleatório, montaram toda essa complexa máquina que é a vida nas suas variadas manifestações.

Principalmente a manifestação do ser humano que hoje dotado de um intrincado sistema bio-psíquico, escarafuça como um aprendiz de feiticeiro, os meandros da energia nuclear sem saber o que fazer quando se vê diante de uma sequência de portas que se abrem a cada descoberta da física avançada, de que o átomo não possui apenas um núcleo mas sim desafiam os limites impostos pelos conceitos dialéticos de pequeno e grande. Já os criacionistas se referem a essa afirmação dos evolucionistas, como a teoria do relojoeiro maluco onde um relojoeiro jogaria aleatoriamente para o alto as inúmeras peças e ao cairem se juntam inteligentemente nos seus respectivos encaixes.

Os criacionistas afirmam que não é possível que não exista uma inteligência por detrás da criação; afirmação essa que traça perspectivas mais férteis para o entendimento da Vida como um continuum onde consciência corrobora realidades. Infelizmente em termos acadêmicos, a supremacia do sistema evolucionista, como uma "caça às bruxas" vem eliminando sistematicamente das bases do conhecimento humano, essa vertente que oxigena valorosas percepções da realidade. Tanto que eminentes catedráticos nas mais proeminentes universidades como Oxford, Yale, Princeton, Harvard, Stanford, etc, vem tendo suas vidas acadêmicas destruídas por essa perseguição que mais lembra um estigma que a humanidade cultiva: a Inquisição do pensamento livre, diferente, que tem como um termo raiz a palavra herege que significa originariamente alguém que ousou ultrapassar um status quo moribundo e decadente.

sábado, 7 de maio de 2011

Sem Verbos


     De onde?

     De um desafio antigo,

     De um soneto empacado,

     De um bate-papo amigo,

     De um coração namorado.

SONETO SEM VERBOS

Um soneto sem verbos - desafio
De um amigo mais da onça do que meu;
Uma quadra, talvez, só por desfastio...
Talvez não ... e um tchau do amigo teu.

Mas rendição nunca! que vergonha!
Nunca a derrota! A fuga, não!
Covarde! Temeroso! Vil pamonha!
A um poeta, tais epítetos ao chão!

Calíope! Euterpe! Clio! Erato!
Ágil Terpsícore! Musas belas!
Doadoras de luz, de aquarelas!

Socorro! Sus ao poeta, ao insensato,
Ao campeão vosso, ao vosso amor,
De um soneto sem verbos fazedor!

domingo, 1 de maio de 2011

Prontuário

Era um dia como outro qualquer. Não havia nuvens no céu. Passava das 13h. A rua estava silenciosa. Tudo foi muito rápido. Um choro forte invadiu todo o ambiente.

Causa mortis: nascimento parto normal.

Evolução do quadro geral: satisfatório. Desenvolvimento acima da média com aproveitamento nos aspectos de baixa importância tais como sonhar, ansiar e pressentimento pela existência de uma vida com V maiúsculo. Fator esse com forte indicativo de uma alta taxa de infecção no estado de consciência.

Evoluiu rapidamente quando em contato com conhecimento de origem supra acadêmica.

Total inapetência por modismos. Saciava a fome alimentando-se de originalidades.

Constantes dores no coração saudável. Causa: profunda nostalgia por algo perdido nas brumas do tempo.

Rara e desconhecida manifestação eruptiva na sensibilidade. Causa : reminiscência da verdade.

O quadro evoluiu quando a pré-memória evadiu-se das profundezas do sangue liberando uma forte tendência ao puro discernimento o que agravou ainda mais o quadro geral da expansão contida. O organismo agora pedia uma evolução espiralada sem limites.

Não reconhecia mais as mesmas pessoas de sempre. Todas parasitas de si próprias em avançado estado de decomposição moral racional.

O fim, por fim, aproximou-se célere. Processo terminal eminente.

Vida por falência múltipla dos órgãos de manipulação da alma como essência humana.

Sorriso de Monalisa no rosto lívido e purpurino.


Lá se foi mais uma morte. A última. Sem volta.