No Balcão do Quiosque

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Se eu soubesse o que é a vida
não escreveria poesias.
Se eu soubesse o que é poesia
passaria a vida tentando descrevê-la.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sobre Cordéis e Encantamentos


Até onde consigo supor, a novelinha água com açúcar da Rede Globo está realmente abocanhando súditos e plebeus no horário vespertino.
Tenho a impressão (talvez (in)sensata), de que a emissora tenha finalmente acertado a mão na mistura do bolo, posto que personagens e enredo fermentaram a massa, temperando sagas e seus coronéis, chicoteando lampiões na porfia do cangaço e suas ditas justiças entre céus e terras. Aditivado com maestria brasões e barões assinalados da realeza e suas majestades.

Já fui noveleira, e das boas! Mas hoje, fiquei mais seletiva e para me contentar a história tem que ser pra lá de boa, mesmo porque também sou uma contadora de histórias. Por isso mesmo que esse texto foi se desenhando em minha frente, manchando uma inocente folha de papel, que mastiga minhas palavras para que ao final a digestão se faça sem azias.

Se fosse eu a contadora desta historinha açucarada, faria tudo ao inverso, fazendo da princesinha sertaneja uma engolidora da nobreza com toda pompa e ambição possíveis. E não essa coisinha triste que joga pela janela, vestidos e coroas, medalhas e impérios que galopam garbosos no passo do príncipe consorte.

Eu mostraria sim, seu lado ambicioso e, sobretudo sua ganância e o desenrolar profano da nobreza sobre o povo (até que seria interessante).
De resto, vemos fábulas e realidades no caldeirão das paixões, com muita água pra passar debaixo da ponte.

E como toda cidadezinha esquecida no mapa há um padre, um prefeito, um delegado, um doidivanas qualquer somados a personagens folclóricos e hilários que fazem a diferença diante do público, onde a criatividade deve destacar-se com doses de inteligência e bom humor. E isso, creio, eles fizeram.

Não há mais o que comentar. Deixo a cargo de meus leitores e amigos e, quem sabe isto se torne um debate novelesco e noveleiro.

Abraços
Lu Cavichioli