No Balcão do Quiosque

sábado, 17 de julho de 2010

A Fadinha



Este fato aconteceu em 2007.
Estávamos os três, eu, minha mulher e meu filho Pedro, nos divertindo na Festa Junina do Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá. Festa tradicional e que todo ano vem sendo executada com grande sucesso.
Já tínhamos experimentado de tudo em termos de delícias. Cocadas de todos os tipos e cores, paçocas de tudo que é jeito, caldo verde, churrasquinho de gato. Enfim, tudo com tudo dentro.

O grande nome do dia seria o da centenária Dercy Gonçalves, que muito simpática e apesar da idade e fragilidade do corpo, aceitou tirar fotos com várias pessoas.
Nós até que gostaríamos de tirar uma foto com a Boa Velhinha, mas não conseguimos chegar perto, pois meu garoto é cadeirante e o terreno do Retiro não ajudava na aproximação.

Foi nesse momento que ela surgiu!

Com um sorriso lindo e um rostinho iluminado, uma “Fadinha” aproximou-se do Pedrinho, fez alguns afagos em seus cabelos, virou-se para mim e disse:
- Tio, posso tirar uma foto com ele? Claro, respondi – Será um prazer!
Imediatamente ela se colocou em posição, segurando na cadeira de rodas, abriu um lindo sorriso e ... click. Capturei a fadinha pra minha família.

É óbvio que, como toda criança, essa já saiu pulando como uma cabritinha assim que escutou o clicar da câmera. Ainda tentei perguntar seu nome mas... ela sumiu no meio do povo.

O engraçado dessa história, é que a fadinha não saiu da nossa imaginação. Ela existe, em corpo e alma. Estava lá! Eu fotografei!

Infelizmente, nesses momentos, as coisas acontecem muito rápido e acabei sabendo pouco sobre ela.
E realmente não sei! Não sei seu nome, onde mora, quem são seus pais, sua idade. Só sei que ela é linda, de alma pura e enorme. Que é uma Fada, uma criaturinha de Deus.

Mas o melhor de tudo, era uma fadinha negra. Linda em toda plenitude de sua raça. Mostrando que a melhor cor do ser humano, é a cor dos braços que nos abraçam, a cor da mão que nos acaricia, a cor da face que nos sorri.

Numa sociedade que tem dificuldade em lidar com os diferentes, encontrar uma criança dessas é uma dádiva, um fato muito raro. Felizmente meu menino costuma atrair essas pessoas para próximo de si e é isso que nos faz acreditar num amanhã melhor e mais fraterno.

Esses Anjos e Fadas estão por aí, eles existem e você pode se tornar um. Basta querer!

Marcos Santos

5 comentários:

Milene Lima disse...

Seu texto me fez chorar...

Encontro fadinhas na minha vida todos os dias, é imensurável o prazer de tê-las, com seus braços abertos em minha direção.

Abraços...

Si Fernandes disse...

LINDO MOMENTO... APROVEITO PARA PARAFRASEAR: O MELHOR DA COR É SER HUMANO.

BEIJOS!

☆Lu Cavichioli disse...

Que lindo tudo isso Marcos!

Não faz mal que vc a tenha perdido na multidão pq ela apareceu na hora certa, com uma intenção divina e que só trouxe felicidade. Pedrinho merece.

bjs e estou de volta!

Lu C.

Joice Worm disse...

Que espectáculo, Marcos.
Acho que esta história explica a força da Energia que Einstein fala... Vocês magnetizaram a intenção da fotografia com a Dercy e a Dercy se fez fadinha para ser fotografada sozinha com o Pedrinho. É esta a magia da vida.
Um beijo grande,
Joice Worm

VELOSO disse...

Falei quase isso numa crônica os anjos e as fadas caminham por ai só nos falta sensibilidade para encontra-los! Você trem essa sensibilidade!