No Balcão do Quiosque

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ouro de Tolo




A sala estava (por enquanto) em total penumbra. Só as luzes da rua ousavam olhar através do linho (verde-musgo) encorpado presente na janela. E por isso, conferia ao ambiente certo marasmo lúgubre (ousado ou amaldiçoado)? Nem sei...

O jogo de sofá, dormia em um canto , emoldurado pela textura ,cor de avelã . No lado leste da sala, achava-se acanhada, uma mesa de jantar sextavada que era abraçada por cadeiras imóveis.

Um tapete persa, um tanto rugoso olhava uma pequena chama tremeluzente que vinha da janela oposta à luz da rua. Era dourada , abstrata na refração um tanto cínica para uma noite comum. (Mas não era uma noite comum)!

O vento começava seu bailado, e a leveza do voil transparecia uma face (retorcida)?!
Era ouro mesmo? Louca presunção da noite preta.

Sorriso amarelo na janela. Boca recortada, dentes afi(n)ados.
Olhos velados (chamuscados).
Nariz triangular na face marota.
Ela – abóbora
Noite de travessuras!

*texto escrito po ocasião de um exercício literário proposto pelo Empório do Café Literário.

by Lu Cavichioli

7 comentários:

Marcos Santos disse...

Como estarão as travessuras dos dias de hoje?
Com certeza bem diferentes daquelas de poucas décadas passadas. Pobre e inocente abóbora de outrora.

Um beijo

☆Lu Cavichioli disse...

rsssrsrs... É verdade Marcos! As travessuras recentes transcendem a palavra (literalmente)!

super beijo

☆Lu Cavichioli disse...

Ah, Marcos, adorei o layout.

bj

Graça Lacerda disse...

Nusss,

que template maravilhoso!!!! Parabéns, Marcos, está um luxo só.

Lu, me deu um nó na garganta de pura saudade ao ler esse mini conto seu!!!! Fiquei embargada mesmo...

Abraços a vcs dois, queridos!

☆Lu Cavichioli disse...

Graça minha querida, muita saudade mesmo, dos velhos tempos do Quiosque, das historietas sobre nosso corre corre diário por aqui, mas fazer o quê? Todos temos obrigações e por vezes ficamos sem tempo de entrar nesse cantinho lúdico, fantasioso, cheio de amigos e tudo de bom que vc pode pensar.

Adorei te ver aqui.
Gostou do texto? Doideira dessa tua amiga.
O layout ficou show (coisas do Marcos)
meu afeto
bacio cara mia!

Ramosforest.Environment disse...

Literatura, escrita e visual.
Quase linguagem cinematográfica.
Ótimo texto, como sempre.
Luiz Ramos

Unknown disse...

A luzinha acanhada é suficiente para revelar o sentimento que ela desperta: o saudosismo.
Um sentimento quase sempre discreto.
A abóbora se foi. Seu tempo também. A lembrança da abóbora, porém, nos acompanhará sempre.
Saudosismo!
Muito legal, Lucelena.
Viajei...
Afonso