Em um período onde se fala muito nas condições climáticas que apresentam manifestações consideradas “fora do padrão” que afetam todo o meio ambiente e também o ambiente por inteiro, algo passa despercebido aos mutuários da consciência lúcida. O noticiário diário vende notícias, não informação. E quando “informa” na realidade assegura que a “seiva” da desorientação, mantenha o fluxo do coma perceptivo e não da consciência “desperta”. Somos instados a esquecer e não a perceber. Onde se pode encontrar a verdade? Certamente não é em meio à mídia mas diante dela. E o que está diante? Nós. E todos nós precisamos desatá-los.
A temperatura da desinformação aumenta a cada dia que vai passar. E cada dia que passou é um dia a menos e não “mais um dia na vida”. A menos, que você passe a perceber o que vai por dentro do que está diante da mídia. Eu sei, não é fácil. Mas também não é difícil. Isso porque o simples não tem o “glamour” da sofisticação intelectulóide. Gostamos de intelectualizar, sentimos prazer nisso. Faz-nos “esquecer” de nossa base animal. Não percebemos o aspecto mais cruel e contundente de uma revelação maior do que o “terceiro segredo de Fátima”; maior do que as descobertas de Nag Hammadi; maior do que um contato imediato do terceiro grau; maior do que saber de onde viemos, o que somos e para onde iremos... Essa revelação — que na verdade o vocábulo adequado seria desvelação — mostraria a verdade insuspeita há eões de tempo: somos seres que sofremos a pior doença que uma alma pode ter: ESQUECIMENTO.
Esquecemos quem somos. Por isso não sabemos de onde viemos e muito menos para onde iremos. Somos como náufragos que ao chegar à ilha salvadora, imediatamente lutamos por nossa sobrevivência em uma natureza que se apresenta inóspita. Lutamos por comida; depois vamos atrás de um abrigo, novas vestimentas e ansiosamente fazemos sinalizações diárias para que o nosso S.O.S. salve nossas almas carentes e sem rumo, seja captado pela nau da providência. E o tempo vai passando ( o tempo não tem outra coisa a fazer do que passar) e enquanto a salvação não chega, de náufragos passamos a exploradores da ilha; de exploradores a “proprietários”. Por nos sentirmos esquecidos, novas gerações aumentam a habitação do espaço dominado. Surge a cultura da sobrevivência; surgem civilizações... Esquecemos que somos náufragos que perderam o rumo de casa. Acasalamos e criamos nossos filhos que acasalam e criam seus filhos que acasalam e criam seus filhos que...
E o tempo passa. Viu como passou? E continua. Até quando? Até quando nossa amnésia perdurará?
5 comentários:
E o novo só é novo por algum tempo!!
Feliz aventura aos plenos pois já estão sentindo o odor da maturidade.!!
Forte Abraço,
Hod.
Esquecimento global, eis aí a doença do século!
Ótimo texto, Leandro.
Também não sei te responder... só sei que é triste essa realidade, mas concordo totalmente com a visão do Hod, 'os plenos estão sentindo o odor da maturidade'...
BRILHANTE,Leandro! Parabéns pelo texto lindo, atual e importante!abração,linda semana,chica
Leandro, a denúncia é grave e da maior seriedade.
Há que se criar uma consciência, sim.
Interessantemente, você levanta a questão sem abrir mão de seu inconfundível traço lúdico, desde o título.
Muito bom.
Abraço.
Como nos livrarmos dos especialistas e agradar a imaginação é uma receita ainda não conclusa; como tudo, aliás.
Você captou, caro Leandro, um dos desejo do cientista Dawkins de "O gene egoísta" . A quem lê resta a mesma tarefa, ainda mais se for um outro escritor. Parabéns pela eloquência amigo. Beijos
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