No Balcão do Quiosque

terça-feira, 27 de setembro de 2016

FINITUDE

Sou finito, sou mortal
Se faço o bem, faço-o mal
Não há prata nem há ouro
No monte do meu tesouro

De tão limitado, enfim
Tenho infinitos em mim
Feito de pó, na verdade
Encerro uma eternidade

Possuo força sem braço
E lugar fora do espaço
Existir só, não compensa
Devo ser um ser que pensa

E trilhar tranquilamente
Meu caminho indiferente
Cultivar virtude e vício
Em permanente exercício

Não acredito na cura
De minha branda loucura
Tampouco servem pra ensino
Meus surtos de melhor tino

Espero que o ouvido certo
Minha voz encontre aberto
Tudo então fará sentido
Poderei ser esquecido

De vez, ou quiçá lembrado
Por tempo indeterminado
Não sábio, eremita, asceta
Não, simplesmente poeta

(in Poesia Amadora)

3 comentários:

chica disse...

Que linda poesia e adorei ver o João por aqui! abração! chica

Ana Bailune disse...

Parabéns pelo poema lindo, João!

Daniel Costa disse...

Melodioso poema Ana Bailune, gostei muito do ritmo.
Feliz Natal.