No Balcão do Quiosque

domingo, 18 de outubro de 2009

O caso da coisa

Vou contar uma coisa pra vocês. Existe algo mais intrigante, mais inquietante, arrebatador do que descobrir o que é realmente uma coisa? Não, não... certamente que não. Pois uma coisa nunca é explicável por completo porque se assim fosse nunca seria uma coisa e sim algo. E uma coisa que venha a ser algo vai contra o estatuto do indefinível: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Dessa forma entendemos o quanto é importante manter o estado de coisas de forma inalterado. Isso facilita o controle amplo e irrestrito de todos aqueles que estão com suas atenções totalmente voltados para as coisas. Esse é o lema para quem tem o leme nas mãos.

A coisa possui um valor universal. Pode ser utilizada como ponte de acesso ao entendimento para qualquer coisa que exista e até mesmo para as que não existem. Por exemplo: sabemos que alguma coisa criou tudo que está manifestado. E o que é essa coisa? Essa coisa ninguém sabe. A coisa é absoluta. Não depende de ninguém ou de qualquer outra coisa. Conclusivamente tudo vai dar na mesma coisa.

Se alguém tiver alguma coisa a acrescentar fique à vontade. Pois uma coisa nunca é a mesma sempre. Ela transforma-se em outra coisa muitas vezes antes da próxima piscada de olho. Daqui para frente passe a olhar para as coisas como quem olha para a permanência da própria vida. Faça a coisa certa antes que as coisas nunca mais sejam as mesmas.

Ah! Só mais uma coisinha: ... eu ia dizer mais uma coisa mas esqueci. Não tem importância fica pra próxima.

8 comentários:

Zilda Santiago disse...

Uma coisa é uma coisa,outra coisa é outra coisa;meus filhos gostam dessa "filosofia"
Acho "coisa"quase nada e que Deus o criador de todas as "coisas"a abençoe sempre.E o pastel???
Bjs no coração.

Zilda Santiago disse...

Posso raptar este selinho dos direitos autorais?

chica disse...

Mas que coisa mais legal esse teu tratado sobre as coisas...abração e tudo de bom...Linda semana cheiiiiiiinha de coisas boas,chica

Tere Tavares disse...

Caro Leandro,
Há quem tenha uma certa aversão à "coisa", como verbete ou como conjunto semiótico. Entretanto, percebo a forma feliz com que abordaste a coisa, persuadível em muitas coisas, a renderem vários tratados.
Tenho também um texto publicado em meu último livro "sobre as coisas". Farei a postagem em homenagem aos habitantes e amigos do Quiosque.
Abraços

Patty disse...

QUE COISA MARAVILHOSA, ADORO TEXTOS COISADOS ASSIM!
AMEI DE VERDADE, ME CHAMOU A ATENÇÃO QDO COMEÇOU..VOU OXCNTAR UMA COISA PARA VOCÊS...
ADOROOOO ESSE COMEÇO.
QUIE COISA NEH? É COISA DE MULHER! E A COISA QUE EU TAMBÉM MAIS GOSTO É COISAR UM COMENTÁRIO COISADO!
ABRAÇOS E MEL PRA TI BEM COISADO!

☆Lu Cavichioli disse...

Esse é o Soriano, sempre versátil com as palavras.

meu abraço pra ti amigo!

João Esteves disse...

Que coisa, Leandro!
Nem vejo jeito de ser original no comentário porque os comentários anteriores já fizeram toda essa coisa de brincar com a sua coisificação proposta de várias maneiras e tem dia que eu não tô lá muito imaginoso. Hoje é um deles.
A vida tem dessas coisas.
Mas uma coisa é certa: o texto saiu muito agradável de ler, provocativo de comentar. Um texto feliz.

Graça Lacerda disse...

Leandro,
há dias estou tentando dizer algo a você, e devido a problemas com a net por aqui, não consegui ainda...
Esses dias tentei por 'seis vezes' e não entrava o bendito comentário!rs
Olha, até salvei no meu PC de tanto que cansei, mas como estou em outro agora, vejamos se me lembro o que eu gostaria de te falar...
Ah, sim: textos como esse seu, conforme ensino aos meus alunos, há que se ter o cuidado para não cansar o leitor, visto a enormidade da repetição de uma determinada palavra.
E você se saiu maravilhosamente bem, fazendo-o com a maestria de quem sabe mesmo, deixando fluir do seu interior sem bloqueios (é isso que faz cansar!).
No seu caso, deu-se o contrário!
Amei, parabéns de verdade e escreva mais para o Quiosque!!!