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No Balcão do Quiosque
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Demolição Implacável (crônica em memória de meus avós)
"Ao entrar na casa, onde tantas recordações me fizeram chorar lágrimas ocultas, pude ver através
das paredes, pessoas queridas. Seus rostos sorriam no retrato dos tijolos que estavam agora recobertos
por uma fina camada de argamassa em tom pastel.
Meus pés tocavam aquele piso recém colocado que teimava em ser bonito, rindo-se do assoalho antigo e cansado.
Cômodos ainda vazios , teciam a fina renda de uma saudade.
Eu, estática na porta do quarto , enquanto luzes brincavam em minha íris, revelando uma antiga cama, que vestia sua melhor colcha.
Cortinas abraçadas às janelas aparavam uma réstia de sol que insistia em atravessar a veneziana.
Na sala, a mesa de jantar namorava a cristaleira espelhada que ouvia vozes e risos dos encontros familiares.
Encontros que já dormem o sono da eternidade.
No jardim, o canteiro sepultado entre imponentes lajotas, que ainda não tinham nenhuma história pra contar.
O terreno vestia roupa nova.
No quintal, cacos de cerâmica empilhados, comentavam sobre a nova proprietária. Uma piscina imponente e atrevida que insistia em rir, , olhando para mim, trazendo na expressão fria e azul, um não sei quê de abstração: _ "Nem te ligo!
Coleção: self – by Lu Cavichioli
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7 comentários:
Lu,
que gostosas essas reminiscências...
Sou emotiva, e vivi com você essas recordações, essas saudades!!!
Lindo, lindo, lindo.
Amiga, eu também sei muito bem o significado pétreo do seu 'nem te ligo'...quando imponentes construções tiram de nossos olhos mortais aquelas a que estávamos tão bem acostumados, que hoje somente podemos ver com os olhos da alma!
Nostalgia pura!
Maravilhoso, viu?
Bjs.
Muito boa, Lu, esta cônica em memória de seus avós.
Tocante e emocionante,além de linda,Lu! Me senti olhando por lá ...senti na pele! beijos,chica
Oi Graça, essa crônica eu escrevi chorando, e foi logo após eu passar pela calçada desta referida casa. Lá estavam os pedreiros trabalhando e eu parei, olhei tudo com um nó na garganta... Mas mesmo assim eu disse: -" moço, posso entrar pra eu ds uma olhadinha na reforma?
E assim foi.... que triste esse dia.
grata pela leitura amiga.
super beijo
Oi João, saudade de tu homem! Mas eu sei que teu trabalho e consome. Mas quando vc vem é uma festa.
Então essa crônica faz parte de minhas reminiscencias juvenis.
Valeu a presença e leitura.
Passa no L'amour, tem atualização
http://lusefascinio.blogspot.com
grande beijo
Oi chica, amiguinha linda, adoro quando vens e deixa seu comentário. É como se nós duas estivessemos conversando, sabia?
É uma crônica sentida e ressentida. Deu pra entender né? rs
baccione
cara mia
Lú embora eu já conhecesse essa crônica, revivi as mesma emoções como da primeira vez que a li.
Beijão
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