No Balcão do Quiosque

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Espanto ante fotos antigas



Ontem depois do jantar, estávamos reunidos no quarto de minha filha, quando a propósito já nem sei do que, os meninos quiseram ver umas fotografias antigas. Abri meu laptop em meus arquivos de fotos em preto e branco e, numa determinada pasta lá estavam elas, as fotos que meu tio Antônio, em sua irreverência diria serem "do tempo do Onça".... 

Os meninos foram olhando, interessados, perguntando quem era um, quem era outro e, num determinado momento, ante a foto de uma garotinha, um espanto ao saber que aquela menininha de olhos já sonhadores era eu. 



- Você, Vó? desse tamanho?! 

- Eu mesma, Porque o espanto? Você não está pensando que fui velha a minha vida inteira, está?, respondi sorrindo.

Espanto maior nos rostinhos meio incrédulos, depois a lembrança de uma foto de meu casamento sobre a escrivaninha do meu quarto e uma nova exclamação engraçadíssima:

- Ah, já não penso mais, porque “agora” você disse e eu estou vendo as fotografias...
E, daí para a frente, foi um tal de um espanto atrás do outro, para os dois pequenos que acabaram por descobrir que esta avó já entrada em anos um dia correu pelas ruas, pulou corda, jogou amarelinha, foi a escola para aprender a ler, cresceu, teve seus sonhos e seus amores, cumpriu galhardamente seus caminhos para, finalmente chegar ao posto de matriarca (sem poder) feliz com a família que conseguiu criar.

14 comentários:

Leonel disse...

Quando criança, eu não conseguia imaginar meus pais como crianças ou jovens.
Quando nasci, eles já não eram jovens...Me parecia que eles tinham nascido como clones, já com aquela idade e sabendo tudo!
Abraços!

Graça Lacerda disse...

Que linda história, Dulce! E que graciosa você era, menina...um encanto de garota!!

Beijos
E abraços a meus queridos amigos do Quiosque.

☆Lu Cavichioli disse...

Dulce, eu já conhecia o texto. É de uma delicadeza sem tamanho esse momento com os kids que fiquei emocionada de novo.

Fez muito bem postar no Quiosque com sua foto (menina linda)...
Muita saudade de nossas histórias. O importante é que vivemos, deixamos nosso rastro e podemos mostrar aos mais novos.
Lindo de viver.

Pessoa especial você é!
meu afeto
beijos e boa noite!

R. R. Barcellos disse...

- Fotos antigas de família são preciosidades. Também tenho uma pasta especial para elas.
- PS: Linda, a menina da foto...

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Leonel

Imagino que seja assim com todas as crianças. Agora, se elas pensam assim dos pais, imagine só da avó!... rs
Um abraço

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Graça,

Obrigada, minha amiga. Na verdade, toda criança tem algo de encanto...
Beijos, Graça.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Lu

Pois é, minha amiga, minha alma anda meio árida, então o jeito é reviver alguns textos, algumas histórias um pouco mais leves... E um longo caminhar sempre tem muitas histórias, não é mesmo?
Obrigada, sempre, pela gentileza e atenção, Lu.
Beijos

UBIRAJARA COSTA JR disse...

R R Barcellos

É verdade, Barcellos, são preciosidades e eu gosto quando filhos ou netos pedem para ve-las, porque vão conhecendo a história da família enquanto vou revivendo momentos.
A menina da foto agradece... rs...
Um abraço.

Dayse Sene disse...

É como viver de novo. Por isso a saudade em determinado momento em nossa vida vale a pena. Ela é como se fosse fleches, para acalmar a nossa alma, hoje já tão distante da criança que fomos... mas são também, raios de luz, que vêem para fazermos de novo reviver a doce criança do passado. Saudade não é ruim...saudade só temos de coisas que nos fez bem.
Bom ter sido criança de novo, nem que foi somente nesses momentos em que se envolvia com os netinhos não é mesmo?
Um lindo dia para você.
Abraços.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Dayse Sene

Foi, sim, foi muito bom.
Também acho que, as vezes, a saudade é um aconchego para o coração. só não pode doer...
Obrigada, beijos e um bom dia para você.

Marcos Santos disse...

Muito bom Dulce

Acho que uma pessoa sem passado, sem lembranças, é uma pessoa sem identidade. Nós somos a soma de tudo o que passamos. Gostei dessa história e já passei por algo parecido, não na condição de avô, posto que ainda não atingi, mas na condição de filho, neto e sobrinho.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Marcos Santos

Asseguro-lhe, meu amigo, que na condição de avó, Tal situação é uma delícia, um momento ímpar...
Obrigada e um abraço.

João Esteves disse...

Eis que o túnel do tempo aqui não é ficção, não.
Há um traço de atualidade no fato de as fotos "do tempo do onça" (nunca entendi por que "do onça") estarem guardadas em arquivo eletrônico, no seu laptop, de onde puderam ser apreciadas pelos jovensem questão. Muito bom.

AnaCristina disse...

rsrsrs