No Balcão do Quiosque

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Corte & Costura




Quando eu era pequena, minha mãe tinha uma daquelas máquinas de costura Singer, de pedal. Ali, ela fazia vestidinhos e batas para nós, e também fronhas e lençóis para a casa. Lembro-me de uma calça de lã marrom que ela fez para mim, e na primeira vez em que usei, levei um tombo e rasguei-a no joelho... de castigo pela minha desobediência (minha mãe tinha mandado eu parar de correr algumas vezes, antes do tombo), ela a cerziu e tive que usá-la assim mesmo; morria de vergonha de ter que usar a calça cerzida no joelho!

Minha mãe também fazia nossos vestidos de festa caipira para o colégio, e uma vez, confeccionou meu vestido de noiva! Noiva caipira, é lógico.

Mas naquela máquina de costura, ela ensinou minhas irmãs a costurar. Uma de minhas irmãs, a Ester, aprendeu rapidamente: logo, ela estava costurando calças modelo pantalonas saint-tropez para a mulherada toda da vizinhança, e as calças que ela costurava, faziam o maior sucesso. Minhas outras duas irmãs também aprenderam logo, mas eu era uma negação... nunca consegui passar linha na máquina, muito menos, costurar.

Minha mãe tentou de tudo: bordado, tricô, crochê. O máximo que ela conseguiu, foi ensinar-me a pregar botões. Eu era - sou - uma negação em trabalhos manuais. Quem fazia as roupinhas para minha boneca Suzi (uma antepassada da atual Barbie), era uma amiga, cuja mãe trabalhava em uma malharia, e sempre tinha muitos retalhinhos coloridos em casa.

Aprendi a fazer pulseirinhas de palha, entremeadas de contas. Nisso, eu era boa! Chegava no colégio e trocava com as outras meninas por roupinhas de boneca, ou então, vendia e comprava mais continhas para fabricar mais pulseirinhas e colares. Eu amava fazer aquilo!

Já casada, eu tentei fazer fuxicos. Não, não estou falando de fofoca maldosa, mas daqueles pedacinhos de pano cortados em formato  redondo e depois franzidos; quando se tem uma porção deles, a gente emenda os pedaços e faz colchas, almofadas e o que mais a imaginação mandar. Investi fundo na compra de retalhos. No começo, foi divertido, cortar os paninhos e sentar na rede para franzir os fuxicos, jogando-os num saco plástico ao ficarem prontos; mas na hora de montar a colcha... céus! Que desgraça... ficou tudo um horror, e minha fase-fuxico passou como uma ventania.

Não adianta; quem nasceu para lagartixa, jamais chega a jacaré. Não sei costurar, e pronto. Mas sei fazer um doce de abóbora que ninguém faz melhor!

10 comentários:

chica disse...

Muito legal e é bem assim mesmo. Não adianta foçar a barra.

Cada um na sua!!
Esse diversidade é que é legal. Imagina se todo mundo soubesse fazer tudo? Seria muito chato! Linda crônica! beijos,chica

☆Lu Cavichioli disse...

kkkkkkkk Também sou uma negação com agulha e linha, até que tentei, mas só prego botões e olhe lá rsrs...

Mas Ana, cada um com seu talento, né miga? Afinal todos temos um tantinho deles. E em você agora conhece outro (além de boa escrita), fazer doces e/ou cozinhar.

Punto e Basta, bella. Como diriam os italianos!

bacios cara mia!

Catia Bosso disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Eu não sei costurar, (no maximo umas calcinhas de cabelo) e nem sei fazer doce de abobora.... Mas sei uma maionese... kkkk oh ceus! Mas sei escrever e sei mexer na internet...


bjsMeus

CAtita

R. R. Barcellos disse...

Sabes contar teus "causos" lindamente... parabéns!

Graça Lacerda disse...

Oi, Aninha!

Sou a Graça, dos Botões de Madrepérola: muito prazer!
Ah, e sou também a Graça desse lindo Quiosque, há tanto tempo sem tempo de postar nada aqui... que vergonha da minha amiga Lu!...
Mas ela sabe e entende. Além de muitos blogs(vou fechar um monte deles, aff), faço Desenho Digital com muitas encomendas e ainda estou estudando, fazendo minha pós-graduação.
(Nos meus blogs eu não escrevo mais textos, senão seria simples, era só repostá-los aqui, uma vez que o perfil do Quiosque são crônicas, não é mesmo?).
Mas um dia eu voltarei a escrever como antes, se Deus permitir!

Quanto a você, que gostoso te ler, você conversa com a gente, muito bom mesmo!
Eu sei costurar, bordar, fazer artes de todo tipo quebra-galhos, se é que vc me entende...rs (tudo de maneira simples, ensinado também pela minha mãe e avó). A-do-ro!!!!
Aliás, aqui mesmo, eu fiz um comentário num dos posts da Lu falando sobre agulhas e linhas, lembrei agora.

Um abração pra você, Ana!
Vou fazer o possível para conhecer seu blog oficial, ok? Bjsss

:.tossan® disse...

Arte preciosa é esta de escrever! É um processamento da alma! Tua alma é Maravilhosa! Um dia eu pego a minha baiana Silvania e vou aí te conhecer.
Beijo

Unknown disse...

Como é bom ser amigo de alguém simples e que pouca coisa sabe fazer, os que muito fazem, pouco tempo tem para elaborar lindos textos, ser poetisa, plantar poesias, editar livros, e por sobra fazer doces de abobora…

Anônimo disse...

Bem eu sei costurar muito bem e para mim é uma terapia pegar minha máquina de costura e modificar roupas, refazer, dar um toque especial. Geralmente quando estou stressada é pra ela que vou e a turma sai de fininho, pois sabem que estou pra explodir.Varo noite costurando, e no outro dia estou mortinha de sono e pensa numa professora sonolenta! Fuxico não gosto, nem tricô, nem crochê e nem bordadinhos...
Mas cada um tem o seu dote, em algum lugar há de ser jacaré!
Gostei do relato.
Bjks doces e boa semana

MARILENE disse...

E ainda há quem diga que "filho de peixe, peixinho é". Minha mãe é super prendada. Sempre fazia nossos vestidos e os modificava quando a moda era alterada. Fazia colchas, roupinhas de bebê... uma infinidade de trabalhos manuais. E, ainda hoje, com 86 anos, dá acabamento em panos de prato e está sempre bordando algo. As filhas???? Nem preciso responder (rss). Bjs.

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Ana vim conhecer esta casa e adorei li os contos de suas colegas e ri um bocado, com o feijão que explode, e o tal do pé na bunda, como também me identifiquei com o teu conto, sabe eu não consegui nunca por a linha na máquina, não aprendi até hoje e não vou aprender nunca, adorei estar aqui beijos Luconi