No Balcão do Quiosque

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Coisas do coração

É o que se ouve depois de uma fase difícil: “A vida é assim mesmo; tudo passa; o tempo é o melhor remédio; logo, logo você se recupera”. Quando o tempo de convivência é muito grande, cria laços que parecem que nunca irão terminar. A gente nem quer pensar, nem a mínima idéia passa pela imaginação que um dia poderá não estar mais ali ao seu lado. E quando acontece, vem o vazio, a tristeza da perda. Parecia tudo tão perfeito. A companhia tão sincera; tudo o que eu disse; os momentos de carinhos... Era só olhar nos olhos um do outro e aquele instinto de puro entendimento aflorava espontaneamente. Como dói a lembrança. Como faz falta. O som de sua respiração arfando suavemente ao meu lado nos momentos de serenidade ainda está nítido.

Quando passeavamos no parque, todos que por nós passavam, olhavam admirados por tamanha expressão de afeição. Minhas viagens a trabalho me mantinham distante por alguns dias. Mas o regresso era recompensado por abraços fortes de pura emoção. Ah!... aqueles dias...

Tenho meu poder de decisão. Basta! Vou preencher o vazio do meu coração. Enchi meus pulmões de convicção. Deixei de lado todo esse capítulo triste da minha vida e está resolvido: vou atender ao conselho de um amigo! Amanhã mesmo, no horário marcado, passarei lá na sua casa para encontrar aquela belezura de rabo longo que ocupará o lugar da minha querida Ernie que se foi. Aquela quatro patinhas peluda mais fofa que eu já tive na minha vida.

4 comentários:

Ramosforest.Environment disse...

Belo sentimento. Amar um pequeno ser assim é muito importante.
Em casa, temos um amigo , Bruni, cocker spaniel, de 13 anos e muita alegria.
Lindo texto.
Luiz Ramos

Marcos Santos disse...

Ah Leandro...nem me fale. Meu Alf querido. Um "autodidata" na arte de inventar brincadeiras. Um pastor mestiço de alemão com belga, todo negro como a noite. Foi o primeiro filho que eu e Denise tivemos.

☆Lu Cavichioli disse...

Nossa, nem quero lembrar... também passei por esse momento. E no meu caso, minha cachorrinha teve que ser sacrificada. Foram dias e dias de choro. Lá se foram 20 anos sem um bichinho de estimação. Mas no ano passado ganhei uma calopsita no dia das mães. É o meu amozinho agora.
Bjs querido.

Letícia Losekann Coelho disse...

Que texto bonito! Meu cachorro passou duas semanas no soro... Quase se foi... Fiquei para lá de desesperada, mas n final tudo deu certo e ele ficou bom!
Abraços