No Balcão do Quiosque

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Do Sublime ao Grotesco em Tetrâmetros e Pentâmetros Anapésticos por Mim Lidos e... Ouvidos

Anapestos nos versos que faço então vou

colocando a meu modo e pra todos os fins

lembro aqueles tão lindos, perfeitos, de Poe:

“For the moon never beams without bringing me dreams” (1)


Num francês bem do tempo de meu trisavô

que aprendi, apesar de não ter quem me ensine

lembro aqueles que li no “Dormeur” de Rimbeaud:

“Les parfums ne font pas frissoner sa narine” (2)


Um pentâmetro então, cujo efeito é bastante bonito

soa bem como vem, com ou sem caimento de luva

é aquele que fez, num momento feliz, Raulzito:

“Eu perdi o meu medo, o meu medo, o meu medo da chuva”


Ó, leitor que brindei com Rimbeau, Allan Poe

e um maluco beleza inspirado que só

saideira geral, tô vazando, falou?

“Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó.”


(1) "Pois a lua não brilha sem sonhos trazer-me " (Annabel Lee, de E. Alan Poe)
(2) "Os perfumes não fazem fremir sua narina", (Le dormeur du val, de A. Rimbaud

4 comentários:

chica disse...

És genial! Passar por franceses e acabar no pocotó, pocotó...Me fizeste rir aqui...abração e um lindo dia,chica

Letícia Losekann Coelho disse...

Uma ótima construção! Como Chica cheguei no final e ri do pocotó :)
Abraço

Leandro soriano disse...

A cada pocotó la vie en rose.

Abraços

Ramosforest.Environment disse...

Moonlight, parfums, medo de chuva.
Et la vie s´en va à cheval!!!
Muito bom seu texto.